quinta-feira, 3 de abril de 2008

"Público Vs Privado (03)"

É necessário reabrir estrada histórica entre Papebinha e Nísia Floresta

A necessidade de se reabrir a estrada histórica que ligava a lagoa de Papebinha à cidade de Nísia Floresta foi defendida com destaque pelo engenheiro aeronáutico Levy Pereira, presidente do Natal Landclube, no documento que encaminhou ontem ao advogado Marcílio Mesquita como subsídio para a denúncia que este deverá protocolar hoje junto ao ministério público estadual a respeito da colocação de interesses privados acima do direito público no tocante a rodovias situadas no litoral do Rio Grande do Norte.

Expondo uma situação que ele e o historiador, antropólogo e arqueólogo Walner Spencer, presidente da Sociedade Norte-rio-grandense de Arqueologia e Meio Ambiente (Sonarq) constataram “in loco”, durante expedições de interesse arqueológico promovidas no ano passado pela Trilhamiga, Levy salienta que uma obstrução de passagem está impedindo o acesso a sítios históricos.

Objetivamente, eis um resumo do que ele mostrou em relação à obstrução de passagem na trilha histórica da lagoa Papebinha: “Na estrada de interligação da cidade de Nísia Floresta com a lagoa do Bonfim foi colocada uma porteira trancada com corrente e cadeado impedindo o acesso às margens da lagoa Papebinha e interrompendo essa estrada”.

Quanto aos efeitos desta obstrução ele destaca:

- Impede o acesso à lagoa da Papebinha e o trânsito pela estrada;

- Impede o acesso à trilha e locais históricos. Essa trilha e locais históricos são citados por vários fontes históricas.

Procurando mostrar a importância do acesso à trilha, ele aponta três características. Através da estrada, diz, pode-se “visitar sítios históricos preserva os sentidos de nacionalidade e cidadania, reforçando a auto-estima do cidadão brasileiro”. Além disso, acrescenta, “esse caminho faz parte do patrimônio histórico nacional”. Por último, lembra que os caminhos coloniais têm imenso potencial turístico e econômico e são potencialmente uma fonte de riqueza para o bem comum”.

Dizendo que “essa obstrução foi feita em decorrência da vontade de dois proprietários de terras de isolar a lagoa para seu uso exclusivo”, Levy acrescenta que “há uma casa de fazenda no lado oeste e um coqueiral com balneário particular no lado leste” e sugere a desobstrução, “em princípio, às expensas de quem obstruiu essa estrada”. A exemplo do que propôs no tocante à estrada entre a praia de Malembar e a localidade de Campo de Santana, ele propõe que se tente reforçar, junto aos proprietários da gleba, o lado positivo da desobstrução e de uma nova atitude em relação à preservação do sítio arqueológico, “que passa a ter alto interesse turístico”.


FONTE: Notícia de Jipeiros, n° 656/2008, de terça-feira, 1º de abril de 2008 (escrita pelo Jornalista Roberto Guedes.

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