segunda-feira, 30 de julho de 2007

JIPEIRISMO E CULTURA - nº 001/07

Sucesso marca 1ª missão conjunta de arqueólogo e “off roader” natalenses

Revestiu-se do mais completo sucesso a primeira missão conjunta que jipeiros e arqueólogos natalenses fizeram juntos num esforço visando o desenvolvimento de um projeto muito mais abrangente, que tende a viabilizar várias expedições rumo a muitos cenários do território potiguar, na tentativa de identificar, mapear e ajudar a proteger sítios históricos e pré-históricos eventualmente ameaçados de destruição pela força do homem moderno.

Comboio formado por menos de dez veículos, a grande maioria jipes Land Rover Defender, atuou durante várias horas nas regiões polarizadas pela praia de Malembar e pela lagoa de Guaraíras, a sul de Natal, trazendo na volta muitas informações que, depois de processadas à luz da ciência, poderão proporcionar acréscimos dignos de destaque ao patrimônio cultural e histórico do Rio Grande do Norte. Para o acervo do jipeirismo, já lega a existência da “Trilha de Malembar”, que precisa ser experimentada por muitos “off roaders”.

DOIS LÍDERES

Motivada por um esforço proposto e vetorizado pela Trilhamiga, em função de necessidade demonstrada pela Sociedade Norte-rio-grandense de Arqueologia e Meio Ambiente (Sonarq), a viagem de ontem foi liderada a quatro mãos pelos presidentes desta entidade, historiador, arqueólogo e antropólogo Walner Barros Spencer, e do Natal Land Clube, engenheiro aeronáutico Levy Pereira.

Contando com a participação de vários jipeiros e arqueólogos, a caravana percorreu vários caminhos de trilha e visitou alguns sítios nos quais integrantes dos dois grupos esperavam encontrar objetos que permitissem avaliar sua importância para a historiografia potiguar e nacional.

OBSERVATÓRIO

Um dos cenários havia sido identificado recentemente por Levy e outros sócios do Natal Land Club enquanto realizavam uma missão de reconhecimento. Nele, os caravaneiros de anteontem constataram haver chegado a lugar com alguma importância, um alto de morro em que presumivelmente funcionou algum tipo de observatório, não se sabe ainda de quem e de que natureza, se mercantil ou militar.

Segundo Spencer, a poucos metros deste espaço havia uma grande unidade de jesuítas. Além disto, ocorreu-lhe que o promontório estaria à margem do que teria sido uma estrada por onde houve muita circulação de pessoas e mercadorias entre as cidades de Recife e de Natal, no início da colonização portuguesa e ao longo de presenças de outros europeus no Rio Grande do Norte.

No outro cenário, os expedicionários encontraram vários objetivos que garantem a presença na área de índios que existiam no litoral do Rio Grande do Norte muito antes do início da presença européia no Brasil. Eles encontraram no local três objetos que os arqueólogos atestaram ter valor histórico – seriam um batedor e dois machados de pedra semelhantes aos que eram utilizados pelos indígenas do início da colonização portuguesa.

Todas as informações levantadas na expedição deverão ser reduzidas a termo em relatório técnico a ser elaborado pela equipe da Sonarq. Segundo Spencer, não há uma data prefixada para a liberação deste documento.



FONTE:


JORNAL DOS JIPEIROS (via e-mail)


Edição N° 502/2007 (*)

Natal, segunda-feira, 30 de julho de 2007,

Jornalista Responsável: Roberto Guedes (RG151-DRT/RN).

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